FALANDO SOBRE SAÚDE

 

E agora?

Como foi acontecer isso comigo? Eu pensei que seria jovem para sempre. Ou pelo menos que minha “juventude” (saúde) duraria muito, muito mais tempo!

Quando e como deixei de ter saúde?

 

Conversa de velho, de quem perdeu a saúde e lembra com saudade (e um misto de culpa) de épocas em que não se lembrava de ter um corpo. Era natural fazer parte dele, corpo, e não se perceber saudável, sem nenhuma queixa, nenhum desconforto. Época boa…que poderia durar por muito mais tempo, se soubéssemos que dependia de nós (unicamente) o “tempo de validade” do corpo que nasceu conosco e que temos que conviver com ele até nosso ultimo dia aqui no planeta!

Há mais de duas décadas me percebi “uma estranha no ninho” no meio médico. A forma padronizada de estabelecer diagnósticos e ditar os protocolos de tratamento vigentes na Medicina me incomodava. Muito pontual e independente da história de adoecimento e saúde de cada um.

O questionamento me levou às múltiplas abordagens possíveis disponíveis na Medicina Ancestral, à forma de pensar doença e cuidar da saúde, antes da era industrial e da automação. A Medicina Oriental tem muito a oferecer ao conhecimento medico atual. Além disso, são conhecidas hoje múltiplas ferramentas para lidar com as várias formas de adoecer. A soma desses saberes nos leva ao entendimento maior do adoecimento e a formas mais individualizadas de lidar com a perda da saúde. Não se trata apenas de “abortar” sintomas e sinais. Temos que entender os por quês da perda do equilíbrio natural do organismo.

Sim, ele organismo é uma maquina inigualável! Sempre fico maravilhada com suas possibilidades. Estou certa de que nascemos com a capacidade de reorganizar as funções e sistemas celulares para que o “todo” funcione sempre no seu melhor “modo” (opção que beneficia e prioriza o conjunto). À otimização do funcionamento desse organismo chamamos “homeostasia”. E nossa individualidade bioquímica, mental e emocional somada à história de vida de cada um de nós muda o sentido e a intensidade da resposta do organismo à cada agressão diária. Cada um de nós é único e adoece de forma peculiar.

Sim, existem sinais e sintomas comuns a todos nós frente a cada dificuldade enfrentada, a cada bactéria, vírus ou fungo que resolve se estabelecer dentro de nós. Assim como quando “maltratamos” nosso organismo (seja pela alimentação pobre em nutrientes, seja pelo sedentarismo ou pela desorganização de nossos pensamentos e atitudes), as formas do corpo indicar que não está sendo capaz de lidar com tanta agressão podem sim, muitas vezes, serem comuns a todos nós. Afinal temos muita coisa em comum com os da nossa espécie, com certeza! Mas as formas de enfrentamento são muitas e serão mais ou menos eficazes se conseguimos detectar o que cada organismo precisa em especial.

A diferença (o tempo de doença ou de restabelecimento e manutenção do processo de saúde) sempre esteve e sempre estará na individualidade. A epigenética nos mostrou ser possível mudar a história de cada um através da mudança da “expressão genética”. Ao conhecermos profundamente quem somos e como cada um de nós funciona, entendendo como nosso organismo responde a cada agravo, seremos capazes de estender nosso “prazo de validade” e o envelhecimento deixará de ser sinônimo de doença. A saúde será ressignificada no envelhecimento para descrever um processo degenerativo controlado pelo organismo capaz de manter a maioria das funções (mobilidade e cognição p.ex.) durante esse processo.

Envelhecer sem dor, com independência, capacidade de ir e vir e intelecto preservado a ponto de poder contribuir com o bem-estar comum: este deve ser nosso objetivo.

A longevidade saudável é possível! E está em nossas mãos. O caminho será mais curto e menos difícil se todos contribuirmos. A tecnologia tornou possível a interação e disseminação de conhecimento. Vamos usar esse recurso.

Vida longa e saudável! Namaste!

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