O COMPROMETIMENTO DO MÉDICO

 

Uma ótima relação médico-paciente é imprescindível quando está envolvido o binômio saúde-doença.

 

A informação pontual recebida através do médico assistente traz tranquilidade quanto ao que esperar a cada etapa de um tratamento. Uma rotina de exames é necessária para a melhor solução para cada dificuldade que surja. O acompanhamento contínuo durante esse período é decisivo, além da confiança baseada em uma sólida e bem estabelecida relação médico-paciente.

As dúvidas e apreensões dos pacientes são legitimas. Informar-se a respeito do que ocorre com seu organismo quando ele adoece é importante sim, até para ajudar melhor na recuperação. Mas os indivíduos devem investir também, e cada vez mais, na relação com seu médico. Ambos têm a mesma expectativa: o retorno rápido ao estado de normalidade funcional e recuperação da saúde.

 

               O médico competente

 

Em 2005 o Dr.George Spaeth, especialista em glaucoma do Wills Eye Hospital e um grupo de discussão coordenado por Norma Devine, editora, procuravam definir o “médico competente”. O Dr. Spaeth trabalhou durante nove anos no comitê de ética da Academia Americana de Oftalmologia e comentou a respeito:

“… teria de haver três componentes para definir um médico competente. Ele teria que possuir conhecimentos, ser hábil na realização dos procedimentos e usar um bom julgamento. O cirurgião mais brilhante e mais hábil precisa saber quando operar e quando não operar”.

               “Por exemplo, as companhias farmacêuticas não acham que as drogas causem efeitos colaterais, os cirurgiões não acham que as cirurgias causam complicações etc. Por isso, temos que usar a metodologia da ciência, cuja primeira parte é dizer ‘Eu não sei’.”

 

               O leigo e o médico

Dr. Spaeth finaliza dizendo:  “A confiança (do paciente em relação ao médico) é construída comportando-se (ele, médico) de maneira confiável e admitindo que não sabe de tudo”.

               O paciente sabe que o médico é humano (como ele), e que o erro faz parte da condição humana. O que ele procura hoje, mais do que nunca, é um profissional comprometido com a verdade médica, o restabelecimento da saúde, a identificação da causa da doença. E que, para isso, não meça esforços nem se sinta desprestigiado por ouvir outras opiniões e consultar todas as possibilidades para então fazer o fechamento diagnóstico mais correto e viabilizar mais rapidamente a “cura” do indivíduo sob seus cuidados.

Da mesma forma, o indivíduo não deve esquecer a importância que tem na manutenção da sua própria saúde. Deve abdicar da atitude passiva que sempre adotou em relação ao adoecer e buscar uma maior interação com o meio em que vive: a informação é ferramenta fundamental nesta cruzada pela saúde. Os meios de comunicação (livros, jornais, internet e TV) estão à sua disposição. Além disso, não deve abrir mão de obter informação da fonte mais fidedigna e igualmente interessada em seu bem-estar: seu médico assistente.

 

 

               O médico e o leigo

 

               Conhecimento básico de psicologia, tão necessário à otimização da relação médico-paciente e noções de pedagogia, são matérias que deveriam fazer parte da graduação médica para melhor preparar o futuro do profissional para a educação em saúde. Tarefa esta que ele deverá tomar para si cada vez mais, se realmente quiser fazer diferença na vida daqueles de quem cuida.

               A humanização do cuidado médico, tão necessária nos dias de hoje, ainda é característica pouco presente e uma das principais queixas em relação à medicina oficial. Outra é a não utilização das várias possibilidades terapêuticas conhecidas há milênios para tratar as mazelas humanas. Ambas são atributos necessários ao exercício da “arte de curar”.

               Todos os dias (cada vez mais) procuramos ser este tipo de médico. Que sejamos bem-sucedidos, todos nós, que buscamos aperfeiçoar nosso conhecimento e adotar estratégias que nos permitam fazer diagnósticos cada vez mais assertivos, para que possamos, efetivamente, cumprir integralmente nosso objetivo. Confortar e aliviar o sofrimento de quem já não pode ser curado, cuidar do doente e reverter a doença tratável. E, acima de tudo, ajudar o indivíduo a se manter saudável.