Assim como os atores nós desempenhamos vários papeis ao longo da nossa vida. Amamos, procriamos, cuidamos, protegemos nossos filhos e vivemos uma vida de muitas cores vívidas, com e através deles. Sempre evoluindo na forma de pensar, nas atitudes enfim, seres camaleônicos que somos, nos desenvolvemos através do processo de viver a vida. Num outro momento mais para a frente somos cuidadores de quem cuidou de nós. Agora nos relacionamos de forma diferente com eles; a vida nos dá uma nova oportunidade de aprendizado e afeto. Até que, em algum momento sejamos cuidados também! Esta é a dinâmica da vida!
Eu tinha essa mania de querer um manual para a vida (ou pelo menos para a saúde, área que sempre me interessou)
Não é justo ou pelo menos não faz sentido para mim termos que vivenciar a doença sem a oportunidade de evitá-la! Estamos todos aqui buscando sermos felizes no processo de viver. Aprendemos Matemática, Português e outras matérias para sabermos lidar melhor com as várias situações futuras. Nos preparamos para a vida adulta de várias formas. E por que não aprendemos a nos cuidar desde cedo para um melhor aproveitamento do corpo que nos abriga durante todo o processo de viver? Para mim isso sempre foi um mistério!
Em 2010 eu escrevi a respeito. “Saúde ou doença: sabia que você tem uma escolha?”. Na verdade, eu pensei num Manual de instruções. Um “manual do proprietário”. Mas já havia sido publicado um livro (do médico Edmond Saab) com este nome. E eu tomei conhecimento de outros colegas que se interessavam por saúde num momento em que a doença ainda era a única atenção e objeto de estudo do médico. Afinal na escola Medica aprendemos tão somente a lidar com a doença e não a buscar entender o que nos faz adoecer. Hoje vivemos a era da Epigenética, sabemos que não somos reféns da nossa genética. E em pouco tempo muitos se interessaram por esta interessante e muito mais gratificante forma de cuidar da saúde do indivíduo. Não apenas fazer a identificação precoce da doença! O que antes se chamava de ‘prevenção’ e que hoje sabemos ser (apenas) identificação precoce de um problema). A verdadeira prevenção diz respeito a evitar que uma característica herdada (genética) venha a se manifestar em nós, cuidando para manter este gene silenciado. Não deixa-lo se expressar, ou seja, evitar a manifestação da doença. Isto é possível!!!!!
Enfim, uma mudança de paradigmas! A evolução natural da Medicina seria associar prevenção verdadeira (identificação de riscos e solução para estes vieses) ao tratamento, na arte de cuidar de outro indivíduo. Atuar como medico seria atender o indivíduo nas suas necessidades pontuais enquanto vivenciando uma doença sim, mas ao mesmo tempo conduzindo e orientando este indivíduo para a Saúde. Ou seja, instruindo e sendo parceiro na construção do seu processo de saúde. Somos (cada um de nós) únicos em nossa individualidade bioquímica e em nosso terreno biológico. Devemos, portanto, buscar nosso “mapa”, nossa “bula” ou melhor, conhecer nosso “Manual do proprietário” e, com isso, vivermos com muito mais saúde e menos sofrimento. Assim como a morte física é verdade absoluta para todos nós, o sofrimento neste processo pode (e deve) ser opcional!
Envelhecer com mais saúde deve ser a nossa meta!
E não estar doente não significa necessariamente ter saúde, lembre-se disso! Costuma haver um hiato de 7-10 anos entre não apresentar sinais e/ou sintomas e o adoecimento.
As vezes nos afastamos dela, saúde, mas sempre é possível a retomada da melhor homeostase (equilíbrio) possível a cada época da vida!
Vamos focar na saúde em vez da doença?