SAÚDE
Eis a definição, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS): “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de enfermidades ou invalidez”
Nós médicos temos vivenciado a saúde na pratica diária ou nos restringimos ao tratamento da doença?
Quando comecei a escrever o livro “Saúde ou doença: sabia que você tem escolha?”, minha intenção era tão somente ajudar o leigo a entender o que acontece na doença ocular. Como oftalmologista, meu intuito era poder ajudá-lo, ensinando a reconhecer situações de risco e a adotar as medidas preventivas que visam a manutenção da qualidade da visão, inclusive na senilidade.
Enquanto pesquisava para o livro, busquei identificar pontos de vista semelhantes ao meu. Procurei livros publicados por médicos que tivessem iniciado suas carreiras com a prática da Medicina Ortodoxa (convencional).
Então me dei conta de que o movimento no sentido de mudar a realidade médica atual já vem acontecendo há algum tempo. Muitos de nós, após algum tempo exercendo a medicina se veem impelidos a buscar alternativas às práticas atuais e respostas aos nossos questionamentos. O que aprendemos na faculdade não é suficiente. Nem as atualizações que buscamos nos congressos, simpósios e cursos de pós-graduação. Existem muitas lacunas. Ao longo do processo de busca de conhecimento longe da área ortodoxa, algumas dessas lacunas se preenchem, peças se encaixam. É quanto você começa a ficar obcecado por juntar as várias formas de perceber a saúde e o adoecimento. Você se dá conta do enorme potencial que existe na cooperação das várias “medicinas”. Formas diferentes, mas complementares, em muitos aspectos, de enxergar a doença e a saúde. Afinal, todas, a princípio, têm como foco a preservação da saúde e a qualidade de vida.
Pelos livros e depoimentos que tenho lido, há pelo menos umas três décadas, vários médicos (e leigos) têm manifestado a necessidade e urgência de novos paradigmas em medicina. Pelo menos há umas três décadas: quase o mesmo tempo que tenho de formada. Como são lentas as mudanças, e como custamos a perceber a necessidade delas!
A formação médica permanece inalterada em relação à da época em que saí da faculdade. A dissonância é muito grande entre a avidez de incorporação de tecnologia de ponta em relação aos exames e técnicas cirúrgicas (para diagnosticar e tratar doenças) e a percepção da necessidade de retomada do controle do equilíbrio orgânico através de estímulo à promoção da saúde.