O coaching na Saúde

Mais de 30 anos depois da Declaração de Alma-Ata (1978) cujo mote era “Saúde para todos no ano 2000”, vivemos uma epidemia de obesidade, de câncer e de doenças degenerativas cronicas (EVITÁVEIS!).
O que nos imobiliza?
Quais os nossos sabotadores de saúde coletivos?
Como o processo de coaching pode ajudar a colocar em perspectiva a necessidade e direito básico do individuo que é ter saúde?
A facilitação de informação em saúde e prevenção de doenças não mudaram as estatísticas médicas…

 
O que você pensa a respeito?
O que voce tem feito para melhorar seus indicadores de saúde?

 

O “coaching” na Saúde

 

A condução de projetos de consultoria em longevidade saudável através da utilização de ferramentas de medicina funcional e da implantação de programas de prevenção seriam otimizadas com a formação de equipe multidisciplinar. Ela estaria voltada principalmente para dar foco, desenvolver metas realistas e tirar o indivíduo da sua zona de conforto para que ele consiga dar um “up” em sua saúde. E (principalmente) para que permaneça focado nas metas e em melhoria contínua, rumo à longevidade com qualidade. A utilização de ferramentas de “coaching” na condução do trabalho em equipe seria de grande ajuda para alavancar as mudanças necessárias ao resultado mais rápido e duradouro.

Os profissionais poderiam atuar em endereços diferentes, cada um pontuando de acordo com sua especialidade, mas mantendo um prontuário único para cada indivíduo que teria uma “carteira de saúde” digital ou em mídia gráfica, por exemplo. Ou através de “reports” aos outros membros da equipe em ambiente virtual fechado ou ainda num espaço específico para atendimento do público alvo, independente da atividade profissional principal de cada membro da equipe. Nesse grupo estariam médico(s), nutricionista(s), nutrólogo(s) e psicólogo(s), além de educadores físicos.

Seria bem enriquecedora a atividade em grupo, cada um em sua área, porem juntos num mesmo objetivo final para o cliente: mudança de estilo de vida e construção de um modelo de saúde voltada para uma longevidade saudável.

A multiplicação de resultados através do trabalho com comunidades, desenvolvido em paralelo ao projeto voltado para indivíduos proativos que já estariam buscando qualidade de vida como objetivo principal em saúde ajudaria a dar alcance muito maior ao projeto e seus fins. Esse trabalho também teria o foco principal em saúde, porem com metas mais curtas e focando no objetivo a curto prazo, tentando identificar alvos possíveis que possam levar a resultados mensuráveis pelos próprios indivíduos. A identificação e cumprimento de metas curtas iria aos poucos levando à melhor qualidade de vida dos assistidos e devolvendo a eles a capacidade de cuidar e se responsabilizar pela própria saúde. A redução do índice de medicalização e de busca às unidades assistenciais públicas, já abarrotadas de pacientes e com um trabalho meramente paliativo seria apenas uma das consequências naturais do trabalho de conscientização e facilitação de informação levado às comunidades assistidas. As diferentes expertises dos profissionais da equipe multidisciplinar são essenciais ao projeto e dão suporte umas às outras.

Identificar o que pode ser melhorado hoje e agora é a meta número um desse projeto comunitário. Introduzir técnicas de trabalho pontual na área psicológica para dar suporte ao trabalho social parece ser crucial no aporte dessas questões com a população assistida.

Algumas ideias não postas em pratica, um trabalho que não saiu do “papel” há mais de cinco anos está “alinhavado” em www.comunidadeesaude.wordpress.com

Existem projetos muito interessantes na área governamental que podem ser avaliados através dos links disponibilizados no blog acima. Experiências bem sucedidas em outros países também estão disponíveis. A metodologia do “coaching” tem se mostrado eficaz! Ela pode ajudar (e muito) na área da Saúde.

O ajuste periódico da metodologia se daria através de feedback contínuo entre as várias unidades desenvolvedoras do trabalho. Uma experiência que tem tudo para dar certo e pode levar ao aumento dos índices de saúde e desenvolvimento humano do país.

Vamos responder de forma positiva ao aumento das doenças crônicas degenerativas evitáveis! O paradoxo na área da saúde está no aumento das epidemias dessas doenças apesar do desenvolvimento tecnológico e do conhecimento cientifico. A epigenética mostra ser possível modificar a expressão dos genes. Nunca se falou tanto em mudança de estilo de vida. Quais são os sabotadores coletivos que nos fazem conhecer o cenário negativo na saúde e não conseguir mudar o desfecho? A OMS e outras entidades divulgam estatísticas pessimistas em relação aos indicadores de saúde em todos os cantos do mundo. Por que é tão difícil mudar? O que, nós médicos e profissionais da saúde podemos fazer a respeito, além de sermos facilitadores de informação?

A presença de “coaches” nas empresas têm tido resultados fantásticos que são continuamente divulgados. Por que não aproveitar o conhecimento adquirido nessa área e levar à saúde os mesmos resultados positivos agregados ao desenvolvimento do processo de “coaching”?

Aqui no Rio de Janeiro, a FIRJAN está desenvolvendo um Programa de Saúde e Qualidade de Vida e vem recrutando profissionais para atuar lado a lado com os médicos. O projeto utiliza o “coaching” para alavancar os resultados desejados num prazo mais curto! E a proposta é que a melhoria seja contínua e não apenas pontual. É um trabalho necessário e que pode mudar efetivamente o cenário da Saúde do país.

Vamos participar?

Cada um em seu dia a dia ou junto com outros profissionais em projetos coletivos?

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Prevenção das doenças crônicas – um investimento vital (OMS)

“Prevenção de doenças crônicas – um investimento vital”

Este é o título de um programa da OMS referido no livro “Prevenção de doenças do adulto na infância e na adolescência” Dr. João Guilherme Bezerra Alves e Dra. Magda Carneiro-Sampaio – Ed. Medbook RJ, 2007

Seguem alguns trechos deste livro que deveria ser referência para todos os que acreditam na possibilidade de mudar o cenário das doenças crônicas no país e no mundo, através da informação e da educação da população. É através da mulher, essencialmente, que a mudança pode ser feita. Mãe e cuidadora, a mulher surge no âmbito da prevenção como a figura capaz de implementar no núcleo familiar  as mudanças necessárias para a modificação da prevalência das doenças degenerativas crônicas entre nós.

Ela, mulher, ainda desconhece a sua importância na prevenção das doenças futuras de seus filhos e netos. Não foi informada da magnitude da responsabilidade da maternidade consciente. Ainda que ainda lidemos com urgencias básicas como  a gravidez na adolescência, precisamos ao mesmo tempo difundir a informação a respeito da capacidade de diminuir gradativamente a prevalência das doenças crônicas entre nós a partir do aconselhamento das gestantes de hoje e das mães de crianças e adolescentes. Informar para educar e conscientizar!

Os autores falam da necessidade da gestante prover adequada nutrição do feto, evitando o baixo peso ao nascer e a prematuridade fatores de risco importante para o desenvolvimento futuro (idade adulta) das doenças crônicas como o diabetes, a hipertensão, o infarto e o AVC.

Eles informam que                                      “… os sete dos maiores riscos à saúde (hipertensão arterial sistêmica, hipercolesterolemia,obesidade, sedentarismo, baixo consumo de frutas e legumes, alcoolismo e tabagismo)  são condições intimamente ligadas a escolhas de vida e correspondem a mais da metade do impacto mundial de doenças, medido na média em anos de vida com a doença”.

E ainda falam da necessidade da implementação de ações em áreas diferentes e complementares do nível primário de atenção à saúde. Sugerem utilização de recursos da comunidade, ONGs, implantação de programas de exercícios coletivos, reuniões de auto-ajuda e suporte para o cuidado para com a própria saúde.

Outros trechos:

“Os pacientes devem ser estimulados e educados para o auto-cuidado”

“A promoção de saúde permite que as pessoas adquiram maior controle sobre a sua própria qualidade de vida. Por meio da adoção de hábitos saudáveis, não só os indivíduos, mas também seus familiares e a comunidade se apoderam de um bem, um direito e um recurso aplicável à vida cotidiana.”

“Mudanças de maus hábitos à saúde já instaladas na vida adulta são objetivos difíceis de alcançar devido à fraca aderência da população-alvo”

“Esses hábitos devem ser adquiridos desde a infância”

“Além disso é na escola que os programas de educação e saúde podem ter a maior repercussão beneficiando os alunos desde a infância”

Mulheres: Busquem mais informação, peçam orientação a seus médicos, criem grupos de discussão na família e na comunidade! Assim estaremos dando um enorme passo à frente no controle das doenças crônicas e agregando qualidade de vida à longevidade de hoje.