Diferentes Medicinas: tratar ou prevenir

Intervenção terapêutica versus promoção de saúde

 

Algumas vezes somos questionados sobre as diferentes Medicinas e as diferentes formas de avaliação de Saúde. Cabem esclarecimentos.

Não vejo diferentes Medicinas. A Medicina é uma só. A forma de pensar a saúde e a doença é que varia. Nem vou falar de religião! Vou comparar com o futebol. Existe Futebol (ponto). Todos sabemos as regras de jogo. A finalidade é o gol…mas diversas são as formas de se chegar lá! Existem times que jogam na retranca outros não. E dependendo do resultado parcial de um jogo, os técnicos podem mudar de esquema tático. Hoje em dia os mais usados são o 4-4-2 e o 3-5-2 (segundo a wikipedia, por que eu mesma não entendo nada de futebol…)

Então em Saúde existem os que pensam (e atuam) no curto prazo, na doença aguda, instalada, nos sintomas atuais tão somente e usando medicamentos que abortam esses sintomas e livram o paciente das queixas pontuais. Na emergência médica essas ações salvam vidas. É uma medicina de altíssima qualidade e que vem aumentando o índice de longevidade. Mas na doença crônica sua eficiência deixa a desejar. A qualidade de vida não tem acompanhado a longevidade.

E há os que identificam como objetivo maior a prevenção da doença, não apenas seu tratamento.

Cada indivíduo tem sua herança genética, vive em ambientes e tem estilos de vida diferentes, que contribuem positiva ou negativamente para a expressão desses genes Além dos nossos genes herdados, carregamos possíveis mutações. Esse conjunto engloba o terreno biológico. Expressar ou não os genes significa adoecer ou não. E hoje sabemos pela Epigenética (um novo viés do estudo da genética médica) que nós podemos, sim, não expressá-los! Não somos reféns da nossa carga genética como pensávamos antes!

Identificando o terreno biológico do indivíduo e, sem deixar de resolver queixas pontuais, estabelecemos metas e criamos ações de médio e longo prazo para que o organismo retome seu equilíbrio em cada fase da vida.

A Medicina Biomolecular é uma das formas de pensar e fazer esse tipo de acompanhamento. Todas as formas de atuar na saúde podem levar a resultados positivos. Existem aqueles que só se tratam com homeopatia, outros usam o saber milenar da Ayurvedica ou da Medicina Chinesa. Eu sou mais eclética e penso que cada saber acrescenta e a intervenção hoje pode ser diferente da que faremos amanhã. Existem tipos de doença em que a homeopatia traz mais benefícios a longo prazo e menos danos colaterais do que a alopatia (p.ex. nas alergias). Todas as alternativas são válidas. Vai depender do momento usar uma ou de outra forma de ver e tratar do adoecimento.

Mas pensando em evitar a doença, se conhecemos o terreno biológico do indivíduo e os fatores de risco específicos podemos tentar identificar que direção o organismo está tomando ao ter que lidar com a predisposição e os fatores de risco ambientais e de estilo de vida.

Se identificamos desvios de rota temos que alertar o indivíduo para que faça as modificações necessárias para que o organismo retome a rota que mais provavelmente o livrará da doença. Não há como cobrir todos os possíveis vieses mas dessa forma teremos uma boa dianteira em relação à doença. No longo prazo isso significa longevidade mais saudável!

 

Um exemplo:

A avaliação de um exame plasmático (exame de sangue) pode ser feita de duas formas. A primeira buscando sinalizadores de doença (leitura alopática, ou seja, medicina convencional ortodoxa). A outra forma é fazendo uma leitura do terreno biológico, sinalizadores de possíveis áreas onde o organismo enfrenta maiores dificuldades para se equilibrar e que, portanto a médio e longo prazo se traduzirão em perda da homeostasia (equilíbrio orgânico) e consequentemente aparecimento da doença.

Em relação à insulina, os valores de normalidade indicados pelos laboratórios são valores obtidos estatisticamente analisando uma população X (pessoas doentes e sadias). Na visão da Medicina Biomolecular, o valor ideal da insulina seria entre 5 e 6. Como a discussão sobre manteiga e margarina, qual delas é pior para a saúde, em Medicina existe também interpretações distintas em relação aos valores dos exames plasmáticos. Eles mudam de tempos em tempos. Por ora, esses são os valores utilizados para avaliar predisposição. Um aumento desses valores a longo prazo significa “resistência à insulina” e leva a mudanças bioquímicas importantes que se traduzem mais tarde por alteração no metabolismo da glicose e aí sim, o diabetes tipo 2 seria diagnosticado.

Além disso não devemos nos esquecer de que um dado isolado não tem significado maior. Devemos sempre nos reportar aos resultados anteriores do mesmo exame naquela mesma pessoa (análise sequencial comparativa). A comparação dos valores obtidos em cada exame, de tempos em tempos é que sinaliza que algo não vai bem no organismo. Um exemplo bem próximo, minha mãe tinha insulina em torno de 6-7. Num determinado momento a insulina foi para 11 e (não por acaso) os triglicerídeos subiram muito. Essa fração da gordura do sangue pode expressar uma alteração no mecanismo de aproveitamento e armazenamento da glicose. Feita mudança de dieta, 4 meses depois a insulina estava em 8 (mais próxima do ideal dela). Isso num organismo octogenário, ou seja, em que o retorno ao equilíbrio é mais difícil uma vez que o envelhecimento cronológico significa também envelhecimento biológico. Ou seja, o retorno à normalidade das reações químicas de restauração é sempre mais difícil de acontecer quanto mais velhos ficamos.

Enfim, não existe apenas uma versão dos fatos. Várias leituras são possíveis, dependendo do que estamos buscando. “Saúde” pontual (hoje) de um lado ou saúde no longo prazo, para isso tendo que realinhar objetivos e resultados, em nova direção evitando assim um desfecho negativo futuro (evitável).

Nem sempre temos essa possibilidade em Medicina. Muitos dados desconhecemos. Mas em relação ao Diabetes Mellitus tipo 2, uma epidemia anunciada para este século (junto com câncer e Alzheimer), já temos muitos dados que facilitam a condução de muitos casos evitando (ou postergando) seu aparecimento na grande maioria dos casos. Isso quando o indivíduo entende o processo e as medidas necessárias para mudar o quadro. É senso comum que se você quer corrigir um comportamento tem que entender a causa dele, em primeiro lugar.

A resistência à insulina não existe apenas nos obesos ou sobrepeso. As doenças têm seu tempo de incubação se posso me referir dessa forma em relação às doenças crônicas degenerativas evitáveis. Em média o que se vê é um intervalo (“gap”) de 7 a 10 anos antes que um desequilíbrio bioquímico muito incipiente (ainda no início) se transforme em doença detectável. O organismo humano é uma máquina sensacional, maravilhosa! Ele faz de tudo para reparar os danos que nós (por ignorância ou teimosia) causamos a ele e a nós mesmos. E só então “joga a toalha e desiste”. Ele nos dá tempo para modificar o que pode ser modificado. Por isso se fala em “aprender a ouvir o corpo”. Existem vários livros a esse respeito.

O Alzheimer hoje está sendo visto como um tipo de diabetes (tipo 3) por conta do aumento da resistência à insulina observada a nível neuronal. Vale lembrar que o cérebro é movido à glicose! Mas se o metabolismo dela fica alterado, todas as outras reações que se processam no cérebro (utilizadas para manter seu perfeito funcionamento) são alteradas. E algumas áreas sofrem mais do que outras (p.ex. hipocampo).

A leitura de um exame de insulina, por exemplo, fica mais complicada numa mulher com SOP (síndrome de ovários policísticos) doença que não é dos ovários, apesar do nome. Nesse caso o problema está na hipófise (que regula os hormônios) e a desregulação ovariana é o primeiro sintoma. Estudos apontam a SOP como fator de risco (50%) para DM2 (diabetes mellitus tipo 2) em mulheres após os 40-45 anos. Então, na pratica clínica preventiva, toda jovem com diagnostico de SOP deve ser alertada para mudança de hábitos alimentares desde cedo para evitar o DM2. Por que arriscar?

A SOP depois que a jovem já iniciou o uso de anticoncepcionais desaparece e a disfunção hormonal (hipotálamo) fica mais difícil de identificar, uma vez que não existem mais aqueles sintomas que a levaram ao médico. E existem outras causas de hiperandrogenismo que não a SOP. A pesquisa e o controle devem ser feitos por especialista (endócrino).

Na faculdade de Medicina não aprendemos a prevenir doenças. Não da forma como vejo prevenção. Os exames de rotina fazem parte de uma estratégia de identificação precoce da doença. Pode ser considerada um tipo de prevenção. Hoje fala-se de prevenção primária, secundaria, terciaria e mais recentemente até prevenção quaternária. Mas penso que a prevenção mais eficaz é a que detecta e resolve fatores de risco modificáveis através de um olhar mais diferenciado. Quando esperamos para ver nos exames de rotina alterações significativas de adoecimento (padrão ouro da Medicina Alopática) estaremos tratando o indivíduo, não mais prevenindo a doença.

Da mesma forma quando se fala em usar drogas como forma de “prevenção” não me parece uma medida saudável. Os indicadores de saúde podem ser modificados com intervenção apenas em hábitos e estilo de vida. Pelo menos deve-se tentar de forma enfática antes da medicalização. Quantos indivíduos após cirurgia bariátrica deixam de usar remédios para pressão alta e diabetes? Mudaram a alimentação (forma e quantidade), mudaram os hábitos, eliminaram a doença (hipertensão e/ou diabetes). Se tivéssemos lá no início da vida deles feito as intervenções cabíveis teria sido necessária a cirurgia? O desfecho poderia ter sido outro? Qual o custo disso no futuro para esses indivíduos?

Desde a década de 80 várias declarações de apoio ao direito de saúde para todos (Alma-Atta, Ottawa e outras) vêm sendo patrocinadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde). A partir daí a “onda” de buscar saúde e não apenas tratar a doença vem sendo disseminada no mundo todo. Mas ainda estamos engatinhando! A Medicina Biomolecular nos oferece uma visão possível de verificação do terreno biológico do indivíduo para poder atuar preventivamente caso a caso. Mas não apenas substituindo uma droga industrializada por outra manipulada (prática comum, infelizmente). E sim intervindo de forma eficaz na mudança possível em relação a fatores de risco modificáveis. As estatísticas futuras validarão as hipóteses construídas a partir de modelos identificados por esta forma de pensar? Espero que sim. Algumas intervenções identificadas pelo modelo biomolecular hoje vêm sendo feitas por alopatas, dando respaldo a elas.

Mas o sistema de crença do indivíduo a quem se destina a orientação deve ser o mesmo do médico que cuida dele ou pelo menos sua visão de saúde e doença não deve ser diametralmente oposta. Nesse caso toda discussão (seja sobre religião ou futebol, etc. etc.) está fadada ao fracasso.

Ou nos direcionamos pontualmente para o tratamento da doença quando e se ela existir. Ou nos antecipamos a ela, mesmo sabendo que em algum momento teremos que redirecionar as intervenções em saúde, a cada novo conhecimento agregado. De qualquer forma não estaremos reféns da nossa genética. Essa é a minha forma de ver o binômio saúde-doença.

Cabe a cada um identificar a sua crença a respeito de saúde e que direção tomar. Se ela for tomada com consciência, baseada no que se acredita, qualquer que seja a decisão sempre será acertada e não existirão arrependimentos. É nossa decisão, faz parte de cada um de nós e de nossos valores. Ela não é apenas baseada na crença de um médico ou um amigo que podem até pensar estar ajudando mas estão oferecendo a crença deles a um indivíduo diferente deles.

A ciência existe, mas pode ser interpretada de formas distintas, todas elas fundamentadas em alguns protocolos e em “cases”. Os artigos científicos têm interpretações diferentes de acordo com os vieses possíveis. Não existe uma única verdade em Medicina (por isso existem formas diferentes de tratamento e todas se mostram de alguma forma eficazes em determinadas pessoas em determinados momentos).

Se ajudar leiam em algum momento de suas vidas (não precisa ser agora) o livro “YOUR MEDICAL MIND – how to decide what is right for you” um best seller (New York) de autoria dos médicos Jerome Groopman e Pamela Hartzband. É muito interessante e mostra como médicos e decisões médicas diferentes podem ser a melhor opção de uns e a pior de outros. Mostra, com vários exemplos reais, que só se arrependem de decisões tomadas, aqueles em que as decisões tenham sido tomadas desconsiderando seu sistema de crenças (individual). O que temos gravado em nosso subconsciente/inconsciente a respeito desse ou daquele evento médico em que tios, parentes ou amigos que tiveram a mesma doença e estiveram na mesma encruzilhada “se deram bem ou mal” com essa ou outra determinada intervenção. É isso que eles chamam de sistema de crença individual.

 

Mesmo que determinada intervenção leve a um desfecho que uns poderiam definir como pior, quando a escolha é feita baseada nas evidencias daquele momento e levando em conta o indivíduo e no que ele acredita, não se vê arrependimento. O sofrimento é menor em relação à decisão tomada! E seguem em frente com suas vidas de forma positiva.

A informação é importante, necessária e está disponível. O médico assistente é o primeiro a veicular essa informação e outras opiniões médicas são benvindas na medida em que o indivíduo ainda tem dúvidas. Não existe apenas uma verdade. As soluções possíveis devem ser analisadas.

Mas a decisão é individual.

 

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Ajudando voce a gerenciar sua saúde!

Projeto Click & Block

Imagine que sua meta é ter o conhecimento e o poder de otimizar sua saúde. Definir a qualidade de vida que quer ter ao longo da vida, independentemente de sua herança genética e terreno biológico. A sua saúde está em suas mãos. As decisões tomadas hoje se refletirão amanhã na sua longevidade saudável ou em sua má qualidade de vida futura.

A epigenética nos permite afirmar hoje que conseguimos evitar desenvolver ou “expressar” as doenças que herdamos em pelo menos 73%, implementando ações que modifiquem o estilo de vida. A herança genética teria um peso de em torno de 17% associado a 10% de “outros fatores” segundo pesquisa da Universidade de Harvard veiculada no www.becoaching.com.br

A Medicina do Estilo de Vida aplicada no programa TAKE CARE da Rio Sport Center http://www.facebook.com/takecare (idealizado pela Drª Silvia Lagrotta) implementa as mudanças necessárias à melhora da qualidade de vida e recuperação funcional do interessado em cuidar de forma inteligente sua saúde em vez de focar na doença. Uma equipe multidisciplinar (medica geriatra, nutróloga, nutricionistas, psicólogas e educadores físicos) gerencia a recuperação da saúde e a manutenção dos resultados.

Segundo o Dr. Alexandre Ghelman da Interativa Saúde www.interativasaude.com.br “o indivíduo pode fazer mais para a sua própria saúde e bem-estar do que qualquer médico, hospital, remédio ou equipamento medico exótico”. A auto responsabilidade é parte do processo para uma vida mais plena, diz ele.

Outro site, o da Sociedade Brasileira de Wellness Coaching www.sbwcoaching.com.br sustenta que “o wellness coaching é o processo que acelera a realização de mudanças de comportamento duradouras a fim de se alcançar níveis elevados de bem-estar e saúde”.

Mas segundo o Dr. David Agus, oncologista americano autor de best-sellers como a “Vida sem doenças” e “Guia rápido para uma vida longa”, a “prevenção é uma ideia difícil de promover. Todos queremos viver despreocupados agora e sofrer as consequências mais tarde”.

A conscientização para a senilidade responsável e de qualidade é uma necessidade frente à crescente epidemia de doenças crônicas degenerativas e o consequente aumento da agonia de uma morte anunciada, lenta e dolorida. Envelhecer com qualidade e morrer com dignidade. De preferência dormindo, depois de desfrutar de uma longa e feliz existência. Utopia? Não creio. Hoje é uma realidade possível!
Corpo e mente em equilíbrio harmonioso, ajudando a manter a homeostasia.

A base do coaching é a utilização de ferramentas que ajudem a mobilizar forças internas e recursos externos para uma mudança sustentável! Em saúde, estratégias de promoção de saúde e bem estar com foco no potencial de cada indivíduo aliadas a algumas ferramentas de coaching têm a capacidade de equilibrar o binômio saúde-doença e ressignificar positivamente a saúde no envelhecimento.

Interessante a possibilidade de uso da ferramenta SBCoaching, “House of Change”, um modelo sistemático de mudança onde se identificam objetivo/meta e listam valores e propósitos influenciando pensamentos, sentimentos e comportamentos.

Outra ferramenta é a Análise do Campo de Força (powerscript) que identifica as forças propulsoras (para fortalece-las) e as forças contrarias (para minimizar a resistência).

Desenvolver competências emocionais para não comprometer os resultados da mudança de estilo de vida, conseguir administrar comportamentos e manter uma atitude proativa são requisitos necessários para implementar (e consolidar) as mudanças necessárias para o empoderamento individual na gestão do processo da sua saúde.

Minha proposta hoje é identificar numa amostragem aleatória (não controlada) as forças propulsoras e as competências emocionais identificadas como essenciais à mudança no paradigma da saúde, assim como as forças contrarias que sabotam os esforços individuais.

QUESTÕES:

Se você tivesse certeza de que poderia mudar sua qualidade de vida e bem-estar a curto, médio e longo prazos, o que você apontaria como:

1- As forças propulsoras (o “click” que alavancaria essa mudança)
2- A competência emocional (necessária tanto para deixar a zona de conforto quanto para sustentar a mudança de estilo de vida)
3- As forças contrárias (o“block” que poderia travar e comprometer a mudança)

Este projeto é fruto da aplicação da ferramenta pirâmide do sucesso (Geronimo Theml) modificada por Jana Carvalho, usada na identificação das etapas necessárias para levar a termo um projeto de maior abrangência em saúde: o Projeto Longevidade Saudável

Dê uma chance à saúde!

Uma nova chance para sua saúde!

A respeito de mudança de estilo de vida, tive oportunidade de ler um texto de LUIZA FURQUIM em matéria veiculada pela revista SERGIO FRANCO&CDPI.

Uma nova chance para sua saúde” é o título da matéria. Além de listar 15 atitudes saudáveis o texto fala sobre a dificuldade de sair da zona de conforto, ou seja, de mudar um hábito antigo. Citando o presidente da Sociedade Brasileira de Programação Neolinguística (SBPNL), Gilberto Cury, ela dá cinco dicas para atingir metas e ainda fala sobre o “caminho das pedras” para quem efetivamente se compromete a mudar de hábitos. É difícil, mas não impossível!

Deve-se estar consciente de que mudar não é fácil, mas se é o que se pretende, as dicas são: não pensar numa meta inatingível a curto prazo, colocar no papel o que pode ser feito a respeito, pedir ajuda (a médicos e outras profissionais da equipe de saúde), além de trocar experiências com quem foi bem sucedido na mudança que você deseja para você. E, é claro, persistir!

No processo de coaching o passo a passo é basicamente o mesmo:

Foco na meta, planejamento cuidadoso, ação, comprometimento com o resultado e com a melhoria contínua!

A resistência à mudança de hábitos, mesmo sabendo das consequências a médio e longo prazo do seu comportamento de risco para esta ou aquela doença é o entrave maior para nós médicos no cuidado de nossos pacientes. Muitas vezes nos sentimos impotentes frente a desfechos anunciados com tanta antecedência e que não puderam ser evitados!

Além disso nós também somos reféns dessa dificuldade (alguns de nós). Quem não conhece um cardiologista que fuma ou um clinico sobrepeso? Antes de médicos somos indivíduos e temos as mesmas dificuldades que nossos pacientes. Mas apontarmos a melhor direção é suficiente? Com certeza funciona mais facilmente se somos exemplo do que pregamos.

Vamos todos mudar?

Aumentar a qualidade de vida na longevidade só depende de nós! Mas é tão mais fácil “empurrar com a barriga”, não é mesmo? Dizemos…ah, prefiro continuar assim e viver menos do que fazer esse esforço. Mas eu sempre lembro que morrer mais cedo é o de menos. O grande desafio é viver sem mobilidade, com dependência de terceiros, com dor crônica ou refém de uma máquina.

Mas vamos ser afirmativos. Podemos fazer a mudança que queremos ver no mundo. O comprometimento com a modificação dos fatores de risco para doenças crônicas degenerativas que crescem de forma alarmante ( “epidêmica” ) deve ser de todos nós!

Médicos e pacientes.

Sobre a autodisciplina necessária à longevidade com qualidade de vida!

Um texto sobre qualidade de vida, bem estar e autodisciplina que foi escrito em 2006 pelo Dr. ALBERTO MOSA, colega de turma da Faculdade de Medicina da UFRJ.

O tema permanece pertinente e muito atual…

Ele diz:

“Todos somos, em princípio, uma existência em desequilíbrio. Cometemos erros permanentes no decorrer de nossa vida. Não há uma receita de caminho correto ou da falta de erros. Estes devem ser continuamente avaliados e corrigidos. Reflexão é a palavra chave para que se possa cada vez mais melhorar aquilo que se chama de qualidade de vida.

A educação, de nossa individualidade, de nossos sentimentos e o crescimento intelectual é o pilar para a criação da autodisciplina que nos fará superar as adversidades e consequentemente melhorar a qualidade de vida.

O nosso corpo é nossa casa, moramos dentro dele permanentemente!

Daí a necessidade primordial que o mantenhamos conservado para que os objetivos de bem estar possam ser alcançados. O que se vê hoje são as pessoas indo além dos limites do próprio corpo, cometendo excessos alimentares, usando drogas licitas e ilícitas, mantendo horários de trabalho e de vigília além daqueles que se suportam, tudo isso sempre alicerçado em justificativas sem fundamento e sem reflexão, tais como: eu gosto, eu quero, pouco me importa…

E outras semelhantes que só demonstram que o indivíduo, não teve e não tem um crescimento pessoal adequado e consequentemente sofre de uma ausência total de autodisciplina.

Grandes estudos internacionais de observação de doenças e seus tratamentos nos permitem alertar os pacientes para os caminhos de prevenção dos riscos de aparecimento de situações de desgaste físico acentuado, que acabam resultando na instalação de doenças agudas ou crônicas.

Hoje é muito fácil se prevenir doenças como Diabetes, Hipertensão Arterial, Insuficiência Cardíaca, Insuficiência Renal, Artroses e Degenerações de Coluna. E mais tantas outras doenças, além é claro, de existirem exames para detecção precoce de vários tipos de cânceres e mais do que tudo, as noções de segurança na prevenção de acidentes no trabalho e no dia a dia.

Apesar de tudo isto, as pessoas continuam na sua grande maioria, cuidando apenas das consequências de sua falta de cuidado com o corpo e a saúde.

Os médicos não podem cuidar de ninguém a não ser deles próprios, o que eles podem é ensinar e orientar os outros indivíduos, porém o tratamento é sempre uma decisão pessoal, resultado do crescimento interno e da autodisciplina de cada um”.

Foi um grande prazer ler seu texto.

Comentei com ele ter gostado do que ele pensa a respeito de qualidade de vida e a observação sobre a falsa relação entre “gozar de boa saúde”, ter saúde plena e equilíbrio pessoal. Mais ainda quando diz que somos “existências em desequilíbrio”. Esta é a expressão que melhor nos define como pessoas.

Todas verdades muito bem escritas.

Mas, o que nós médicos podemos fazer em relação aos que não têm autodisciplina para manter os cuidados necessários?

Um filho rebelde…deixamos de alertar sempre que possível a respeito dos maus hábitos ou ainda,deixamos de cuidar dele quando ele volta doente ou necessitado do nosso conforto?

Mas é doloroso pensar que poderíamos ter evitado este desfecho!

A pergunta é: existe alguma estrategia mais eficaz para tentarmos ajudar indivíduos a adoecerem menos, APESAR do seu pouco comprometimento consigo mesmos?

A FIRJAN deu o primeiro passo em relação a essa questão: deu treinamento a alguns médicos do seu quadro de funcionários e vai adotar  ferramentas de“coaching” na educação e promoção de saúde de seus associados. Está contratando psicólogos, nutricionistas e educadores físicos.

Vamos ver o que acontece.

Tomara que possamos multiplicar esses resultados e melhorar a qualidade de vida e o bem estar dos que nos procuram e da população em geral cada vez mais.

Rumo à longevidade saudável para todos!

O coaching na Saúde

Mais de 30 anos depois da Declaração de Alma-Ata (1978) cujo mote era “Saúde para todos no ano 2000”, vivemos uma epidemia de obesidade, de câncer e de doenças degenerativas cronicas (EVITÁVEIS!).
O que nos imobiliza?
Quais os nossos sabotadores de saúde coletivos?
Como o processo de coaching pode ajudar a colocar em perspectiva a necessidade e direito básico do individuo que é ter saúde?
A facilitação de informação em saúde e prevenção de doenças não mudaram as estatísticas médicas…

 
O que você pensa a respeito?
O que voce tem feito para melhorar seus indicadores de saúde?

 

O “coaching” na Saúde

 

A condução de projetos de consultoria em longevidade saudável através da utilização de ferramentas de medicina funcional e da implantação de programas de prevenção seriam otimizadas com a formação de equipe multidisciplinar. Ela estaria voltada principalmente para dar foco, desenvolver metas realistas e tirar o indivíduo da sua zona de conforto para que ele consiga dar um “up” em sua saúde. E (principalmente) para que permaneça focado nas metas e em melhoria contínua, rumo à longevidade com qualidade. A utilização de ferramentas de “coaching” na condução do trabalho em equipe seria de grande ajuda para alavancar as mudanças necessárias ao resultado mais rápido e duradouro.

Os profissionais poderiam atuar em endereços diferentes, cada um pontuando de acordo com sua especialidade, mas mantendo um prontuário único para cada indivíduo que teria uma “carteira de saúde” digital ou em mídia gráfica, por exemplo. Ou através de “reports” aos outros membros da equipe em ambiente virtual fechado ou ainda num espaço específico para atendimento do público alvo, independente da atividade profissional principal de cada membro da equipe. Nesse grupo estariam médico(s), nutricionista(s), nutrólogo(s) e psicólogo(s), além de educadores físicos.

Seria bem enriquecedora a atividade em grupo, cada um em sua área, porem juntos num mesmo objetivo final para o cliente: mudança de estilo de vida e construção de um modelo de saúde voltada para uma longevidade saudável.

A multiplicação de resultados através do trabalho com comunidades, desenvolvido em paralelo ao projeto voltado para indivíduos proativos que já estariam buscando qualidade de vida como objetivo principal em saúde ajudaria a dar alcance muito maior ao projeto e seus fins. Esse trabalho também teria o foco principal em saúde, porem com metas mais curtas e focando no objetivo a curto prazo, tentando identificar alvos possíveis que possam levar a resultados mensuráveis pelos próprios indivíduos. A identificação e cumprimento de metas curtas iria aos poucos levando à melhor qualidade de vida dos assistidos e devolvendo a eles a capacidade de cuidar e se responsabilizar pela própria saúde. A redução do índice de medicalização e de busca às unidades assistenciais públicas, já abarrotadas de pacientes e com um trabalho meramente paliativo seria apenas uma das consequências naturais do trabalho de conscientização e facilitação de informação levado às comunidades assistidas. As diferentes expertises dos profissionais da equipe multidisciplinar são essenciais ao projeto e dão suporte umas às outras.

Identificar o que pode ser melhorado hoje e agora é a meta número um desse projeto comunitário. Introduzir técnicas de trabalho pontual na área psicológica para dar suporte ao trabalho social parece ser crucial no aporte dessas questões com a população assistida.

Algumas ideias não postas em pratica, um trabalho que não saiu do “papel” há mais de cinco anos está “alinhavado” em www.comunidadeesaude.wordpress.com

Existem projetos muito interessantes na área governamental que podem ser avaliados através dos links disponibilizados no blog acima. Experiências bem sucedidas em outros países também estão disponíveis. A metodologia do “coaching” tem se mostrado eficaz! Ela pode ajudar (e muito) na área da Saúde.

O ajuste periódico da metodologia se daria através de feedback contínuo entre as várias unidades desenvolvedoras do trabalho. Uma experiência que tem tudo para dar certo e pode levar ao aumento dos índices de saúde e desenvolvimento humano do país.

Vamos responder de forma positiva ao aumento das doenças crônicas degenerativas evitáveis! O paradoxo na área da saúde está no aumento das epidemias dessas doenças apesar do desenvolvimento tecnológico e do conhecimento cientifico. A epigenética mostra ser possível modificar a expressão dos genes. Nunca se falou tanto em mudança de estilo de vida. Quais são os sabotadores coletivos que nos fazem conhecer o cenário negativo na saúde e não conseguir mudar o desfecho? A OMS e outras entidades divulgam estatísticas pessimistas em relação aos indicadores de saúde em todos os cantos do mundo. Por que é tão difícil mudar? O que, nós médicos e profissionais da saúde podemos fazer a respeito, além de sermos facilitadores de informação?

A presença de “coaches” nas empresas têm tido resultados fantásticos que são continuamente divulgados. Por que não aproveitar o conhecimento adquirido nessa área e levar à saúde os mesmos resultados positivos agregados ao desenvolvimento do processo de “coaching”?

Aqui no Rio de Janeiro, a FIRJAN está desenvolvendo um Programa de Saúde e Qualidade de Vida e vem recrutando profissionais para atuar lado a lado com os médicos. O projeto utiliza o “coaching” para alavancar os resultados desejados num prazo mais curto! E a proposta é que a melhoria seja contínua e não apenas pontual. É um trabalho necessário e que pode mudar efetivamente o cenário da Saúde do país.

Vamos participar?

Cada um em seu dia a dia ou junto com outros profissionais em projetos coletivos?

Prevenção das doenças crônicas – um investimento vital (OMS)

“Prevenção de doenças crônicas – um investimento vital”

Este é o título de um programa da OMS referido no livro “Prevenção de doenças do adulto na infância e na adolescência” Dr. João Guilherme Bezerra Alves e Dra. Magda Carneiro-Sampaio – Ed. Medbook RJ, 2007

Seguem alguns trechos deste livro que deveria ser referência para todos os que acreditam na possibilidade de mudar o cenário das doenças crônicas no país e no mundo, através da informação e da educação da população. É através da mulher, essencialmente, que a mudança pode ser feita. Mãe e cuidadora, a mulher surge no âmbito da prevenção como a figura capaz de implementar no núcleo familiar  as mudanças necessárias para a modificação da prevalência das doenças degenerativas crônicas entre nós.

Ela, mulher, ainda desconhece a sua importância na prevenção das doenças futuras de seus filhos e netos. Não foi informada da magnitude da responsabilidade da maternidade consciente. Ainda que ainda lidemos com urgencias básicas como  a gravidez na adolescência, precisamos ao mesmo tempo difundir a informação a respeito da capacidade de diminuir gradativamente a prevalência das doenças crônicas entre nós a partir do aconselhamento das gestantes de hoje e das mães de crianças e adolescentes. Informar para educar e conscientizar!

Os autores falam da necessidade da gestante prover adequada nutrição do feto, evitando o baixo peso ao nascer e a prematuridade fatores de risco importante para o desenvolvimento futuro (idade adulta) das doenças crônicas como o diabetes, a hipertensão, o infarto e o AVC.

Eles informam que                                      “… os sete dos maiores riscos à saúde (hipertensão arterial sistêmica, hipercolesterolemia,obesidade, sedentarismo, baixo consumo de frutas e legumes, alcoolismo e tabagismo)  são condições intimamente ligadas a escolhas de vida e correspondem a mais da metade do impacto mundial de doenças, medido na média em anos de vida com a doença”.

E ainda falam da necessidade da implementação de ações em áreas diferentes e complementares do nível primário de atenção à saúde. Sugerem utilização de recursos da comunidade, ONGs, implantação de programas de exercícios coletivos, reuniões de auto-ajuda e suporte para o cuidado para com a própria saúde.

Outros trechos:

“Os pacientes devem ser estimulados e educados para o auto-cuidado”

“A promoção de saúde permite que as pessoas adquiram maior controle sobre a sua própria qualidade de vida. Por meio da adoção de hábitos saudáveis, não só os indivíduos, mas também seus familiares e a comunidade se apoderam de um bem, um direito e um recurso aplicável à vida cotidiana.”

“Mudanças de maus hábitos à saúde já instaladas na vida adulta são objetivos difíceis de alcançar devido à fraca aderência da população-alvo”

“Esses hábitos devem ser adquiridos desde a infância”

“Além disso é na escola que os programas de educação e saúde podem ter a maior repercussão beneficiando os alunos desde a infância”

Mulheres: Busquem mais informação, peçam orientação a seus médicos, criem grupos de discussão na família e na comunidade! Assim estaremos dando um enorme passo à frente no controle das doenças crônicas e agregando qualidade de vida à longevidade de hoje.