Vamos falar sobre o que já se sabe!
Falar sobre o que se publica à exaustão mas que se parece mais com a crônica da doença e da morte anunciadas, mas contra as quais não se toma qualquer providencia! Pouco ou nada é feito para efetivamente mudar o cenário futuro! Assim como em relação às mudanças climáticas (meio ambiente externo), as mudanças necessárias relativas ao estilo de vida (meio ambiente interno) não são incorporadas ao dia a dia na velocidade necessária para conter o avanço das ditas doenças degenerativas cronicas.
Mas pior do que isso, a desnutrição celular é um viés muito atual na luta contra a provável (futura) pandemia de Ebola.
Saúde e imunidade (leia-se nutrição celular,entre as variáveis mais importantes) dependem de boa alimentação. Antes contávamos com a necessidade de enfrentamento a médio e longo prazo das doenças cronicas em larga escala. O momento presente pede uma reflexão e mudança mais imediatas! Pra ontem!
Uma vez que não existem vacinas disponíveis, alimentar a população de risco é tão importante quanto localizar e confinar possíveis/prováveis disseminadores da doença. Cuidar de restringir geograficamente o surto é imperativo. Mas estamos lutando contra UM vírus para o qual ainda não temos tratamento eficaz. Os doentes que morrem apos contaminados pelo filovirus atual possivelmente são aqueles cujos organismos estão ocupados na luta contra algum outro contaminante comum e cuja utilização de micronutrientes importantes no processo imunológico de defesa não é mais viável.
Como não podemos fornecer antidoto contra o vírus, vence a luta (sobrevive) o individuo que tenha condições (previas à contaminação) de reserva de nutrientes capazes de ajudar imediatamente a formar a força tarefa que entra na luta contra o Ebola. Não conheço (e nem sei se existem) trabalhos relacionando a sobrevivência dos infectados ao grau de nutrição pré-contaminação. Em outras palavras, não sabemos mas parece óbvio (ou pelo menos não descartável a principio) afirmar que para uma doença para qual não podemos oferecer a “cura”, o “remédio” está em fornecer as armas necessárias para o enfrentamento da doença (alem da medicação paliativa)!
O alimento de alto valor nutricional,melhor ainda se sob o viés da alimentação funcional será o aliado de primeira hora e talvez o grande divisor de águas entre morte e sobrevivência! A seleção natural age dessa forma: os mais capazes sobrevivem!
De fato,com micronutrientes necessários à formação de anticorpos na velocidade que a situação exige, será que não poderemos fazer a diferença neste momento em que ainda não dispomos de outros meios de enfrentamento (como vacinação em massa)?
Janeiro de 2015 foi definido pela OMS como o momento em que se confirmará (ou não,assim espero),do ponto de vista epidemiológico, a pandemia por Ebola.
Nutrólogos e nutricionistas somando esforços aos infectologistas para identificar o que é mais importante oferecer neste momento à população de risco para que possam se defender da ameaça real às suas vidas,que nesse momento tem o nome de Ebola.
Cito como exemplo o vírus herpes simples que sabemos ser inibido por ambiente rico em lisina,tanto assim que o próprio aminoácido é usado topicamente nas lesões mucosas. Quantos sabemos que se o individuo é portador de herpes e come muito chocolate (arginina) num momento de bastante estresse multiplica suas chances de deflagrar uma crise herpética?
Oferecemos hoje aos nossos pacientes o conhecimento a respeito da competição arginina/lisina através de listagem de alimentos para que eles próprios possam aprender a comer melhor nos momentos de gatinho das crises e assim ter mais chances de evitá-las! Nesse caso, o equilibrio entre arginina e lisina ajuda a manter o vírus “atenuado”.
Se hoje,em relação ao Ebola ou à família filovirus) não temos a nosso favor o conhecimento que já temos sobre a família herpes vírus, a imunidade utiliza alguns micronutrientes conhecidos para reproduzir sua ação frenadora do processo infeccioso. Esse conhecimento já temos! Então por que não utilizá-lo para minimizar os danos dessa epidemia? O que perdemos com isso?
Caso não se mostrasse eficaz a estrategia, pelo menos estaríamos alimentando melhor uma população que sofre em sua maioria,com certeza, da “fome invisível” de que fala o artigo publicado hoje na mídia (https://br.noticias.yahoo.com/relat%C3%B3rio-aponta-efeitos-devastadores-fome-invis%C3%ADvel-145005194–sector.html)
Será que alimentar as células do sistema imunológico não ajudaria a aumentar a defesa do individuo contra a doença? Ele seria infectado mas responderia à infecção de maneira apropriada e teria mais chance de sobreviver ao vírus!
Em vez de (ou paralelamente) investir apenas no antidoto não deveríamos tentar (também) aumentar a munição do próprio organismo? Um inventario de saúde (orgânica e nutricional) dos sobreviventes do surto de Ebola ajudaria (e muito) e poderia conduzir mais rapidamente à solução para a epidemia.
O que diferencia esses indivíduos,além da genética?
A resposta a essa pergunta pode direcionar a investigação e aumentar nossa assertividade em relação ao gerenciamento dessa ameaça real.
E mesmo assim lembremos que a epigenética já nos ensina que administrando as condições ambientais (macro e microambiente,incluindo o estilo de vida e o que comemos) podemos fazer com que apenas 30% dos genes herdados se expressem! E isso vale principalmente para as doenças degenerativas cronicas progressivas!
E aos agentes de saúde (médicos,enfermeiros) e todos aqueles que estão diretamente ligados ao atendimento dos doentes com Ebola, cabe lembrar que estão na linha de frente! E, portanto, mais susceptíveis à doença. Mesmo com todo aparato de segurança biológica, o estresse imposto pela situação,alem da baixa qualidade do sono, pouco repouso além de alimentação provavelmente ruim (snacks na hora da fome porque têm uma tarefa maior à sua frente e pouco tempo para si) reduzirão suas chances de sobrevivência em caso de contágio.
Racionalizar o trabalho e otimizar os cuidados com a saúde dos envolvidos nas equipes de saúde é uma necessidade tão urgente quanto a identificação e isolamento dos infectados e de possíveis contaminantes (que tiveram acesso aos doentes).